sábado, 19 de abril de 2014

A Menina no País das Maravilhas




  "Eu...eu...nem eu mesmo sei, 
nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era,
 quando me levantei hoje de manhã, 
mas acho que já me transformei várias vezes desde então."
Lewis Carrol (Alice no Pais das Maravilhas)



O filme A Menina no País das Maravilhas (Phoebe in Wonderland) de 2008, trata-se de um emocionante drama americano dirigido por Daniel Barnz que conta à história de Phoebe (Elle Fanning) e seus anseios para participar da peça da escola: Alice no País das Maravilhas, a qual é conduzida pela professora preferida da menina, Miss Dodger (Patricia Clarkson). Vemos, também, o desenvolver da crise do relacionamento dos pais da personagem principal e a distância emocional que eles possuem das suas duas filhas. A mãe, Hillary (Felicity Huffman) uma escritora que sofre bloqueio criativo por estar passando um momento de dubiedade, entre ser mãe e ser realizada profissionalmente; e o pai ausente, Peter (Bill Pullman) também escritor, no entanto bem sucedido .

O casal não se entende, sobre suas carreiras e a saúde da filha, Phoebe, que está cada vez pior. O longa-metragem problematiza e mostra o desenvolver da Síndrome de Tourette, um transtorno comportamental e emocional que se instala na infância ou adolescência, caracterizado por tiques motores múltiplos e um ou mais tiques vocais.

Com a escolha do conto de Alice no País das Maravilhas, uma metáfora muito rica, juntamente com o papel de Miss Dodger, o filme vem nos falar da educação libertadora, um ensino construído através no diálogo. O qual chama atenção de pais e do atual sistema educacional para regras flexíveis demais, mas que não orientam e por fim confundem; estas normalmente vêm inundadas de culpa. E o oposto, regras rígidas demais, mas que perdem o sentido uma vez que não são uteis, nem para o crescimento e nem para o bom convívio, apenas para assegurar uma postura, a qual, por vezes, esconde medo e baixa estima.


Por fim, a pergunta que Phoebe se faz enquanto Alice é  “Quem eu sou afinal?”, pode ser uma das grandes mensagens desse belo filme. Uma vez que todos nós, mas, especialmente, a criança através das suas experiências individuais vai construir seu mundo interior, sempre em contato/relação com os outros e com o meio. Cabe aos adultos mais próximos e de confiança serem facilitadores da integração dela a esse mundo de descobertas, nessa grande metáfora que é a própria vida real.

Ana L. M. Dias

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