domingo, 29 de setembro de 2013
Síndrome do Ninho Vazio
Julia Bax/UOL
Síndrome
do ninho vazio - Como superar a saudade quando os filhos saem de casa.
Os filhos crescem, amadurecem, tornam-se independentes, seguem seu
caminho e tomam a decisão de morarem sozinhos. Sabemos que esse é o rumo
natural da vida, mas mesmo sabendo disso é difícil para os pais superarem essa
falta.
A melancolia nesses momentos é perfeitamente normal desde que se
tenha em mente que ela não é definitiva. Os sintomas de tristeza, depressão,
saudade, caracterizam essa síndrome que atinge as mães e até mesmo os pais
quando os filhos batem as asas e saem de casa. A partir desse momento, as mães
se deparam com o sentimento de inutilidade por não desempenharem mais o papel
ao qual estavam acostumadas. Geralmente, isso ocorre com mulheres que não
desenvolveram outros papéis e que ficaram focadas só na maternidade. Um dos
aspectos relevantes dessa síndrome se volta para o relacionamento conjugal. Com
a saída dos filhos é maior a convivência entre marido e mulher. O casal começa
a re-conhecer um ao outro e a re-aprender a viver juntos e sozinhos. Este é um
momento de recomeço.
A síndrome do ninho vazio possui hora certa para ser findada,
sendo que sua duração se estende do instante de separação dos filhos até o
estabelecimento de uma nova ordem familiar. A personalidade de cada indivíduo
também influencia no modo como a separação é encarada, sendo que indivíduos
mais dramáticos sofrem mais.
Embora já seja certo que esta separação irá ocorrer, ninguém está
preparado de fato para ela.
Para que a vida torne a ter sentido é necessário que as mães, na
sua maioria, busquem outras atividades, aproveitando o tempo livre: academias,
caminhadas, grupo de danças, formar grupos de amigas, artesanato, informática,
atividades profissionais, cursos, ou outros programas como almoçar e jantar
fora, uma viagem, um passeio, receber amigos para um jogo de cartas. Estas são
algumas sugestões. Há muitas coisas a serem feitas, com ou sem dinheiro e
independente da idade. Basta ter imaginação e também boa vontade.
Caso nada disse funcione, é necessário procurar um especialista,
pois não há nada de mais em se preocupar com o próprio bem estar. Bem estar
implica também em boa saúde. O importante é não se deixar consumir pela
tristeza, por mais difícil que pareça, a síndrome do ninho vazio uma hora
acaba. Com a ajuda de um especialista, pode-se compreender melhor o momento vivido
e caminhar em direção a novos aprendizados, conquistando maior bem-estar.
Ana Tereza Veloso Costa
Psicoterapeuta de
Família
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Novidade no NASS!
O NASS estabeleceu parceria com duas
profissionais na área da aprendizagem:
Izadora Nogueira Fonte Boa, NEUROPSICÓLOGA,
CRP 04/36298 e
Juliana Marotta Capanema, PSICOPEDAGOGA e
SCREENER DA SÍNDROME DE IRLEN.
O objetivo é facilitar o
atendimento das pessoas nesses campos específicos de atuação e ampliar cada vez mais a proposta do NASS para um atendimento acessível e de qualidade.
Agradecemos a disponibilidade e comprometimento das profissionais, com a certeza de que a parceria irá trazer a todos um trabalho cada vez melhor!
sábado, 21 de setembro de 2013
Se é bom ou se é mau
Rubem Alves
Um homem muito
rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam
terras férteis, com exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil
para a agricultura.
Seus amigos se entristeceram com
isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só
lhes disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
No ano seguinte, uma seca terrível
se abateu sobre o país e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes
secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco do irmão
mais novo se transformou num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um
lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa
porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma
coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
No dia seguinte, seu cavalo de raça
fugiu e foi grande a tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido.
Mas o que o homem lhes disse foi: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
Passados sete dias, o cavalo voltou trazendo consigo dez lindos cavalos
selvagens.
Vieram os amigos para celebrar esta
nova riqueza, mas ouviram as palavras de sempre: “Se é bom ou se é mau, só o
futuro dirá”. No dia seguinte, o seu filho, sem juízo, montou um cavalo
selvagem. O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou a perna.
Voltaram
os amigos para lamentar a desgraça. “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”, o
pai repetiu. Passados poucos dias, vieram os soldados do rei para levar os
jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir; menos o seu filho de
perna quebrada. Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só
disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá..."
Assim
termina essa história, sem um fim, como a vida. Enquanto a morte não nos tocar,
pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do
imprevisível dos acidentes. “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Filme A Bela e a Fera
O que permitimos revelar de nós mesmos? O que escondemos até de nós mesmos?
Para falar desses dois lados, ou melhor, de todos os lados que permeia a existência humana escolhi falar do Filme A Bela e a Fera. Falar de um desenho animado? Sim. Até no infantil ou em “animações” pode ter seriedade. Na diversão desfrutamos de aprendizado: no belo, a fera. Na fera, o belo. O filme A Bela e a Fera pode ir além de um desenho infantil. Quem falou que o adulto não tem seu lado infantil e o contrário?
“No entanto, vivemos, mais do que nos damos conta, no imaginário, no mundo das idéias, dos mitos, da vida com um lado só...” (Janine Araújo – Psicoterapeuta do NASS em seu texto Condição Humana). O filme nos possibilita ir além do nosso lado fera e do lado belo, nos convida e nos mostra o famoso “ dois lados da mesma moeda”. Somos BELA E FERA.
A Bela com seu lado delicado, frágil e belo que num determinado momento do filme mostra seu lado forte, corajoso, audacioso. A Fera forte, “bruta”, que causa medo em todos só pela sua aparência.
Qual é a sua essência? Como é sua aparência? O que nós mostramos e o que escondemos? Todos temos o lado bela e o lado fera, mas contactamos com os dois? Viver pela metade pagando meia é ilusório, é ficar SÓ no imaginário. Colocar-nos por inteiro é integrar os dois lados.
Num determinado momento a bela mostra toda a sua coragem e a fera a sensibilidade. Atrás de uma fera tem um príncipe e você acredita SÓ em príncipes? Somos a nossa intimidade, essência, mas, também, a aparência. Às vezes precisamos nos recolher e viver nossa intimidade, em outros momentos o outro lado nos convida a posicionar. Precisamos da pele para proteger órgãos e vísceras. Precisamos dos papéis que exercemos (mãe, filha, psicóloga) para não escancarar a minha pessoa, a minha essência. Uma coisa não é a outra, uma não substitui a outra, mas são complementares.
Autora: Camila Lobato
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