O Projeto de Lei da Palmada nos trouxe a
oportunidade de revermos um assunto bastante delicado, o bater como forma de
educar. A agressão é um método questionável e que tem se mostrado pouco eficaz
ao longo do tempo. É
preciso entender que bater em um filho com a pretensão de educá-lo ou
corrigi-lo é um engano, já que está apenas a serviço da descarga de tensão de
quem pratica a violência. O ato de bater reforça, sem dúvida, o autoritarismo e
sadismo do mais forte sobre o mais fraco. Humilhar, xingar ou gritar, além de
colaborar para que as crianças cresçam com medo e a autoestima prejudicada, nos
afastam delas. Quando os pais gritam com a criança demonstram muito mais
desequilíbrio do que autoridade.
A velha tática de contar até dez antes de tomar uma atitude
drástica opera milagres e ajuda a esfriar a cabeça. Quando bem posicionados no seu papel de pai e mãe
não precisam usar de violência para corrigir erros ou evitar reincidências dos
filhos. Por isso, é necessário sempre explicar a diferença entre o “certo” e o
“errado”, usar bem e equilibrar as palavras e criar condições para ela saber
antecipar os efeitos de seus atos e poder refleti-los depois.
É preciso lembrar que filhos
demandam tempo, atenção, carinho, paciência e que milagres não existem. A
alternativa é procurar sempre manter um diálogo, dar atenção, ter paciência e
carinho explicando os porquês do não e do sim. É claro que pais perfeitos e
educação perfeita não existem, por isso, não se sinta culpado se não conseguiu
ter a melhor atitude do mundo com seu filho. Mas se você estiver disposto a
sempre procurar melhorar as formas de relacionar-se com seus filhos, isto com
certeza é o melhor que você poderá dar. Ter paciência, não gritar, respeitar os
desejos e necessidades da criança, ouvindo o que ela tem a dizer e procurando
estabelecer limites através de uma forma alternativa ao bater, é mais difícil e
menos prático, mas com certeza construirá uma relação de respeito mútuo e
amizade para sempre. Violência gera violência. Amor gera amor.
Ana Tereza Veloso -Psicóloga