quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Documentário Todos com Todos



Comentário de Janine Araujo

O documentário acima, Todos com Todos, realizado pela Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, trata da importância da inclusão nas escolas públicas e privadas. Além de ser uma excelente reflexão, com um dos enfoques no fato de este trabalho não se encontrar jamais pronto e completo, mas constituir em um esforço contínuo de aprendizagem entre escola e famílias, também permite pensar se realmente incluímos aquilo que nos é diferente. Podemos ficar, portanto, com a questão de como lidamos quando nos deparamos com a diversidade de ideias, ideais, concepções, verdades, limites singulares de cada pessoa, modos de perceber, enfim.

A partir do momento que nascemos, estamos inseridos em um determinado contexto, uma tradição deixada e uma forma de se pensar a vida – encontramo-nos dentro de um sistema de crenças que serve de orientação e estruturação, mas que deve também possibilitar a interrogação. No entanto, como seres humanos, sempre partimos com nossos pré-conceitos diante de algum acontecimento, sujeitos a aceitarmos verdades absolutas quando são apenas relativas. Ao deparamos com algo que nos causa estranheza, acostumamos repelir ou normalizar para ser encaixado forçosamente naquilo que temos pronto. Assim, não precisamos nos esforçar para um pensamento realmente construído, ou seja, não fazemos uma balança daquilo que possuíamos como posto com o que está sendo proposto. Daí surgem as disputas, conflitos e concepções fundamentalistas, com aceitação somente daquilo que nos é familiar e uma recusa total e absoluta de um oposto.  

Quanto mais diversidade lidarmos, mais rico pode ficar nosso sistema de crenças e valores, desde que devidamente pensado naquilo que tem sentido particular para cada um. A inclusão pode enfim de tornar real: por mais que algo nos seja diferente, não ficamos em uma tentativa vã de aparar arestas ou tentar edificar aquilo que falta para encaixar no que padronizamos; tampouco rejeitamos ou negamos a diferença, mas simplesmente acolhemos, respeitamos e damos seguimento naquilo que deve caminhar a humanidade – em uma construção de sentido para um mundo tão diverso quanto comum, sempre com a atenção ao contraste tênue entre o limite e as potencialidades individuais.  

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