quarta-feira, 28 de março de 2012

Afinal, o que eu tenho realmente buscado?

Janine Araujo

Acho que nunca fizemos tanto quanto na época atual. Desde a evolução tecnológica das duas últimas décadas até a correria no trânsito das grandes cidades, temos que estar sempre em movimento. O tempo não para e por isso ficamos sempre com algo na cabeça, com a necessidade de realizar mil e um projetos em um dia apenas.

Mesmo quando estamos ociosos não paramos! Não nos concentramos naquilo que também não estamos a fazer e ficamos sempre com algo ali ... perturbando. Nem nos momentos de pausas temos conseguido nos silenciar e, então, fico pensando: como realmente nos ocupamos daquilo que fazemos?

Percebi que tenho ficado no automático muitas vezes no meu dia e às vezes tenho a sensação de que fiz muito, mas não fiz nada realmente! E também, que até fiquei à toa, mas não descansei... Vejo que somos enlaçados pelo trivial com tanta facilidade que muitas vezes ele acaba virando um nó! Ora me ocupo muito pouco daquilo que faço, ora um tanto demais! A balança sempre fica assim – com excessos – e a medida exata daquilo que verdadeiramente importa se perde.

Assim, mesmo quando consigo aquilo que queria, tudo passa como um flash e percebo que ainda tenho muito a alcançar. Diante disso, a pergunta que me invade é “Afinal, o que tenho realmente buscado”?

Constato, então, que para buscar e alcançar algo é preciso estar atento e direcionado. Senão tudo fica absolutamente comum, a importância que se dá a uma determinada conquista é tão efêmera que ela nem passa para o campo dos valores. Se realmente não parar para ver como tenho me ocupado da minha vida, ela passará depressa demais e vou conseguir ver apenas aquilo que deixei de fazer...

Portanto, como tudo que está vivo, flui e pulsa, tenho que também achar um compasso pessoal que acompanha o ritmo do universo e, para tanto, preciso orientar-me, fazer as minhas escolhas e esforços para alcançar aquilo que almejo profundamente; enfim, ocupar-me com atenção real do que está ao meu redor, para assim não correr o risco de me perder na rotina e valorizar algo que na verdade não tem valor algum.    

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